Na terça-feira 16 de outubro o Conselho da Comunidade na Execução Penal de Sergipe relizou inspeção no Presídio Estadual Senador Leite Neto - PRESLEN, no município de N. S. da Glória - SE, unidade em que aconteceu uma rebelião precedida de uma tentativa de fuga de quatro internos, na tarde do sábado 14 de outubro. Os conselheiros visitaram as instalações com a finalidade de auxiliar na averiguação do ocorrido, em especial as que foram destruidas ou danificadas pelo incêndio provocado na rebelião, registrando através de depoimentos e fotografias. As salas onde funcionavam, entre outras, a enfermaria, o consultório odontológico, o almoxarifado, além da cozinha, foram as mais atingidas pelo fogo, causando destruição de equipamentos, móveis e materiais, além do teto, portas, janelas, pintura e telhado.
Foram ouvidos oito detentos, sendo dois que trabalham na unidade, e seis que estão alojados no pavilhão chamado "horta", além do diretor do presídio. Segundo as informações colhidas, tudo começou com uma tentativa de fuga de quatro detentos do pavilhão "horta", na ocasião da visita das companheiras dos internos, no sábado à tarde. Os mesmos foram flagrados ao pular a cerca, sendo recapturados, tendo sido um deles alvejado com um tiro deflagrado por um agente penitenciário. Ainda segundo as afirmações dos internos entrevistados, após a recaptura, os quatro apenados foram maltratados por alguns agentes no próprio local, causando revolta nos demais que observavam o fato. Um grande número destes partiram então para ultrapassar a cerca e correr em perseguição aos agentes, que recuaram para se proteger, sendo um dos guardas prisionais retido pelos presos. A partir de então foi iniciada a destruição, na presença dos familiares, que também foram mantidos como reféns.
As negociações foram iniciadas na mesma tarde do sábado com a presença do diretor da unidade, sendo posteriormente ampliadas com a juiza em exercício da Vara de Execuções, Secretário de Justiça e Secretário de Direitos Humanos, sendo encerrada na manhã do domingo com a liberação dos reféns, sem ocorrências de maus-tratos e sem a necessidade de intervenção do pelotão de choque, que esteve de prontidão no local.
O presídio tem capacidade para 180 internos e na ocasião abrigava 485 em alojamentos improvisados e inadequados. Participaram da inspeção os conselheiros Carlos Antonio de Magalhães (Magal), Maria Rita Bizerra Lopes, Givaldo Hipólito Dantas e Cláudio Miguel Menezes de Oliveira. O relatório detalhado está sendo confeccionado e será entregue ao juiz da Vara de Execuções Penais nos próximos dias, visando subsidiar a análise do magistrado sobre o fato ocorrido para a tomada de ações pertinentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário